COMPREENDENDO ESSA DOENÇA
(Conhecida em inglês por BSE, sigla para Bovine Spongiform Encefalopathy), EEB (encefalopatia espongiforme bovina), “Doença da vaca louca”.
- DEFINIÇÃO: Doença neuro-degenerativa crônica e transmissível do Sistema Nervoso Central (SNC) de bovinos, caracterizada clinicamente por Nervosismo, Reação exagerada a estímulos externos e Dificuldade de locomoção, principalmente dos membros pélvicos.
- Já foi relatada em bovinos de cerca de 20 países (inclusive nos E.U. A) embora acima de 90% dos casos tenha ocorrido na Grã-Bretanha.
A BSE (EEB) faz parte de um grupo complexo de doenças neurodegenerativas que afetam pessoas e animais, conhecidas por Encefalopatias Espongiformes Transmissíveis (EETs), sendo que:
· Scrapie - Ocorre em ovinos
· Doença de Creutzfeldt-Jacob – Em humanos
· EEB – Somente em Bovinos
Epidemiologia
A doença foi identificada pela 1ª vez na Grã-bretanha em 1985–1986 em rebanhos leiteiros, tendo sido nesse mesmo ano diagnosticada histologicamente e de-nominada BSE – Bovine Spongiform Encefalopathy.
Em 1987 tiveram início as investigações epidemiológicas, primariamente por notificações voluntárias e, posteriormente, em junho de 1988, tornada de notificação obrigatória em toda a Grã-Bretanha. Em seguida – Agosto de 1988, tornou compulsório o sacrifício de todos os animais suspeitos de apresentarem a doença.
EVOLUÇÃO – A grande maioria dos bovinos afetados pertence à Grã-Bretanha. São oficialmente cerca de 180.000 desde 1986, distribuídos por 35.000 rebanhos.
- ** Recentemente os EUA também tiveram casos de BSE, sendo que, no Brasil a doença nunca foi relatada.
Etiologia
- O Agente responsável pela transmissão da BSE é uma glicoproteína anormal da membrana plasmática, batizada de prion (proteinaceous infectious) a qual acumula-se no SNC e produz a doença;
Esse prion é extremamente resistente à inativação pelo calor seco (1 hora a 360º C), radiação UV e substâncias químicas;
- LOCALIZAÇÃO NOS TECIDOS - O agente (prion) já foi encontrado no encéfalo, medula-óssea, amídalas, retina, porção distal do íleo e gânglios do nervo trigêmio de animais infectados.
Transmissão
Embora não exista predileção por raça ou sexo, a doença na Grã-Bretanha ocorre principalmente em vacas de leite de 3 a 6 anos de idade.
Estudos comprovam ser transmitida através da alimentação contendo farinhas de carne ou ossos contaminadas pelo agente etiológico (prion), sendo que a ingestão de menos que um grama de cérebro de animal contaminado é suficiente para produzir a doença.
Sinais Clínicos
O período de incubação varia de 2 a 8 anos, evoluindo invariavelmente para a morte num curso de 3 semanas a 6 meses.
Bovinos afetados pela BSE sofrem DEGENERAÇÃO PROGRESSIVA do SNC e podem apresentar os seguintes sinais clínicos:
a) DISTÚRBIOS DE COMPORTAMENTO - Caracterizado por medo ou agressividade, sendo freqüentemente muito nervosos, alertas e excitáveis;
b) DISTÚRBIOS DA SENSIBILIDADE - Reagem exageradamente ao toque (+ comum), ao som e à luz;
c) DISTÚRBIOS DA LOCOMOÇÃO - Andar rígido, incoordenação e hipermetria.
Achados de Necropsia
- Não há lesões macroscópicas. Sendo, porém as lesões microscópicas altamente específicas e, caracterizam-se basicamente por Vacúolos na substância cinzenta do tronco encefálico, dando um aspecto espongiforme à substância encefálica; daí o nome BSE.
Profilaxia e Tratamento
Tratamento não há.
Medidas para prevenir, incluem:
- Não importar ruminantes seus produtos e subprodutos de países considerados de risco para a BSE;
- Não alimentar ruminantes com rações contendo proteína de origem animal, com cama de frango e com resíduos da exploração de suínos.
Importância da BSE
EXIGÊNCIAS SANITÁRIAS INTERNACIONAIS
- O comércio internacional estabelece exigências sanitárias rígidas aos países exportadores de carne, produtos e subprodutos de origem animal;
* O país deve apresentar evidências de que seus rebanhos são livres da doença, ou seja:
a) Ter um controle capaz de atestar que seu rebanho bovino é livre da BSE;
b) Ser capaz de identificar as doenças que afetam o SNC
c) Reconhecer casos de BSE, se eles ocorrerem.
Neste contexto, o MAPA realiza esse controle da seguinte maneira:
- Através da Defesa Sanitária a campo;
- Proibindo o uso de proteína de origem animal na alimentação de ruminantes
- Enviando cérebro para diagnóstico laboratorial, de todos os animais que apresentarem sintomatologia nervosa no campo;
- Através da Inspeção Sanitária principalmente pelo controle dos MREs (Materiais de Risco Específico) nos frigoríficos exportadores;
A Circular nº 073 da DCI de 2004 ( refere-se à Procedimentos aplicados aos produtos destinados à exportação para os EUA) é taxativa ao afirmar que missões veterinárias daquele país irão verificar o cumprimento das medidas de controle, para a permanência na lista de estabelecimentos habilitados à exportação para aquele mercado.
Medidas de controle que contemplam entre outras:
Remoção, Segregação e Destinação dos MREs, de modo a evitar que tais produtos se encontrem em produtos comestíveis, e não entrem na alimentação de ruminantes através de farinhas de carne e ossos.
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento AGENTE DE INSPEÇÃO |
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