3.1 Procedimentos do Exame Ante-mortem
Os animais devem permanecer no curral em descanso, jejum e dieta hídrica por um período de 6 a 24 horas. Todos os animais devem passar por repouso e exame ante-mortem.
O exame deve ser realizado, por um médico veterinário, 24 horas antes do abate. Depois deve se repetir meia hora antes do antes do abate.
O exame consiste no seguinte:
- Observar os animais em conjunto e depois de maneira individual, parados, em movimento, mas sem causar situações que possam submete-los a situações de stress;
- Observar as aberturas naturais, tanto anterior, quanto posterior, lembrando que somente os animais considerados sadios devem ser abatidos em conjunto;
- Os animais suspeitos de doenças devem ser encaminhados para o curral de observação e, se for o caso, devem ser abatidos no ‘matadouro sanitário’;
Muitas vezes os animais chegam ao estabelecimento acometidos de fraturas ou outro problema que justifique seu abate imediato. Nesta situação é realiza-se o ‘abate de emergência’, que deve ser obrigatoriamente acompanhado pelo SIF.
Os animais que chegam mortos ao estabelecimento devem ser necropsiados para saber a causa da morte e conduzidos para a graxaria.
2. 4. Permanência dos Animais nos Currais
Os animais considerados aptos para o abate permanecem nos currais de matança, em dieta hídrica até completar as horas regulamentares de descanso, conforme a distância percorrida por eles.
O descanso dos animais antes do abate é necessário uma vez que os animais abatidos, sem um período adequado de repouso, podem apresentar uma redução na qualidade e durabilidade da carne. A carne dos animais abatidos quando exaustos é escura e fibrosa.
Outro fator importante é o jejum e dieta hídrica dos animais no período de permanência nos currais antes do abate, que ajuda a reduzir o volume grastintestinal e facilita as operações de evisceração.
3. 5. Matadouro Sanitário
Os animais que apresentarem lesões graves, como fraturas, luxação ou suspeita de doenças infectocontagiosas, são considerados inaptos, e devem ser abatidos em local especial, denominados matadouros sanitários. Este deve ser acompanhado pela Inspeção Federal.
Os animais que chegam mortos, ou que venham a morrer nos currais, são levados à sala de necropsia para o diagnóstico da “causa mortis”. As partes do animal são minuciosamente examinadas e enviadas a graxaria em carrinhos perfeitamente identificados e de uso exclusivo do departamento de necropsia.
6. Rampa de Acesso
Os animais, após o descanso regulamentar, seguem para a rampa de acesso, onde passam por uma lavagem, para remoção de impurezas e sujeiras da pele e para diminuir o estado de tensão do animal.
A lavagem é feita por um sistema de aspersão;
O afunilamento final é denominado seringa, permitindo a passagem de apenas um animal por vez, o que facilita a entrada no box de atordoamento.
7. Insensibilização
A primeira operação antes da matança é a insensibilização do animal. O método mais comum utilizado para a insensibilização é a concussão cerebral (lesão encefálica). Para esse método utiliza-se martelos pneumáticos e/ou pistolas de dardo cativo.
A lesão encefálica provoca um estado de incoordenação motora que impede a permanência do animal em pé, facilitando as operações de sangria. O tempo entre o atordoamento e a sangria deve ser de, no máximo, 1 (um) minuto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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