quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

TECNOLOGIA DE ABATE (Parte 2)

3.1 Procedimentos do Exame Ante-mortem

Os animais devem permanecer no curral em descanso, jejum e dieta hídrica por um período de 6 a 24 horas. Todos os animais devem passar por repouso e exame ante-mortem.

O exame deve ser realizado, por um médico veterinário, 24 horas antes do abate. Depois deve se repetir meia hora antes do antes do abate.

O exame consiste no seguinte:
  • Observar os animais em conjunto e depois de maneira individual, parados, em movimento, mas sem causar situações que possam submete-los a situações de stress;
  • Observar as aberturas naturais, tanto anterior, quanto posterior, lembrando que somente os animais considerados sadios devem ser abatidos em conjunto;
  • Os animais suspeitos de doenças devem ser encaminhados para o curral de observação e, se for o caso, devem ser abatidos no ‘matadouro sanitário’;
Muitas vezes os animais chegam ao estabelecimento acometidos de fraturas ou outro problema que justifique seu abate imediato. Nesta situação é realiza-se o ‘abate de emergência’, que deve ser obrigatoriamente acompanhado pelo SIF.

Os animais que chegam mortos ao estabelecimento devem ser necropsiados para saber a causa da morte e conduzidos para a graxaria.


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2.  4.   Permanência dos Animais nos Currais

Os animais considerados aptos para o abate permanecem nos currais de matança, em dieta hídrica até completar as horas regulamentares de descanso, conforme a distância  percorrida por eles.
O descanso dos animais antes do abate é necessário uma vez que os animais abatidos, sem um período adequado de repouso, podem apresentar uma redução na qualidade e durabilidade da carne. A carne dos animais abatidos quando exaustos é escura e fibrosa.
 Outro fator importante é o jejum e dieta hídrica dos animais no período de permanência nos currais antes do abate, que ajuda a reduzir o volume grastintestinal e facilita as operações de evisceração.



3.   5. Matadouro Sanitário

Os animais que apresentarem lesões graves, como fraturas, luxação ou suspeita de doenças infectocontagiosas, são considerados inaptos, e devem ser abatidos em local especial, denominados matadouros sanitários. Este deve ser acompanhado pela Inspeção Federal.



Os animais que chegam mortos, ou que venham a morrer nos currais, são levados à sala de necropsia para o diagnóstico da “causa mortis”. As partes do animal são minuciosamente examinadas e enviadas a graxaria em carrinhos perfeitamente identificados e de uso exclusivo do departamento de necropsia.


6. Rampa de Acesso

Os animais, após o descanso regulamentar, seguem para a rampa de acesso, onde passam por uma lavagem, para remoção de impurezas e sujeiras da pele e para diminuir o estado de tensão do animal.

A lavagem é feita por um sistema de aspersão;

O afunilamento final é denominado seringa, permitindo a passagem de apenas um animal por vez, o que facilita a entrada no box de atordoamento.

7. Insensibilização

A primeira operação antes da matança é a insensibilização do animal. O método mais comum utilizado para a insensibilização é a concussão cerebral (lesão encefálica). Para esse método utiliza-se martelos pneumáticos e/ou pistolas de dardo cativo.

A lesão encefálica provoca um estado de incoordenação motora que impede a permanência do animal em pé, facilitando as operações de sangria. O tempo entre o atordoamento e a sangria deve ser de, no máximo, 1 (um) minuto. 





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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

URQUHART G. M ARMOUR, J., DUNN A. M., JENNINGS F. W. – Parasitologia Veterinária, Guanabara Koogan S.A., Rio de Janeiro, 1990.


BARTELS H. Inspeccion Veterinária de La Carne, Espanha, Acríbia, 1971.


GIL J. INFANTE DURÃO J. COSTA, Manual de Inspeção Sanitária de Carnes, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 1985.


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ARAÚJO O. M. – Apostila de Inspeção de Bovinos, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento/DFA/MS.
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