segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

TECNOLOGIA DE ABATE

Os Matadouros-frigoríficos, segundo o RIISPOA, são ‘estabelecimentos dotados de instalações completas e equipamentos adequados para o abate, manipulação, elaboração, preparo e conservação das espécies de açougue sob variadas formas, com aproveitamento completo, racional e perfeito, de subprodutos não comestíveis’;
Assim o abate de bovinos deve passar por algumas etapas importantes:



1.    Transporte adequado



Normalmente os animais são transportados em caminhões boiadeiros, que são veículos adaptados com trades de madeira ou metal, onde são embarcados os bovinos e transportados até o ponto de abate.

Este tipo de transporte apresenta muitos problemas, pois o espaço pequeno junto com o movimento do veículo no deslocamento pelas rodovias e estradas de chão, provoca traumatismos e lesão nos animais. Isso causa perdas de partes da carcaça, desfigura as peças e reduz o valor comercial.

É importante o transporte rápido e tranquilo, com a lotação adequada para o veículo.

2.    Recepção dos animais

Quando recebidos no estabelecimento, são verificadas as condições de saúde e a documentação sanitária que acompanha os animais.
Em seguida os animais são acomodados em currais separados por lotes, procedência e sexo.
Segundo o RIISPOA, os animais devem permanecer no curral de 6 a 24 horas para descanso e reposição hídrica.

3.    Exame “ante-mortem”

É o exame visual realizado pelo Médico Veterinário, visando determinar as condições dos lotes de animais apresentados para o abate.
Tem como finalidade aceitar para alimento humano, animais que se apresentam saudáveis, livres de produtos nocivos e resíduos de drogas e que atendam as exigências do consumidor.
É uma prática indispensável e de grande valor, auxiliando no diagnóstico de inúmeras enfermidades, bem como levantando subsídios para o exame “post-mortem”.

Objetivos:

  • Retirar do consumo, carcaças que apresentam alterações que não possam ser detectadas na rotina de inspeção “post-mortem”. Ex.: Envenenamentos químicos, doenças que afetam o Sistema Nervoso Central, etc;
  • Obter o máximo de informações possíveis que possam auxiliar no diagnóstico ou no exame post-mortem. Ex.: Aftosa, sarnas, mastite, metrite séptica;
  • Evitar contaminação desnecessária de equipamentos e instalações na sala de matança por animais doentes. Ex.: Abcessos, lesões contaminadas, entre outras, que devem ser abatidos em separado, ou no final dos trabalhos de matança;
  • Evitar a contaminação dos manipuladores das carnes;
  • Obter informações para o correto exame das carnes. É o caso de animais que exibem condições anormais que os tornam impróprios para o consumo humano ou mesmo para o abate. Ex.: aborto recente, caquexia, paralisia pós-parto; doenças de transporte, etc;



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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

URQUHART G. M ARMOUR, J., DUNN A. M., JENNINGS F. W. – Parasitologia Veterinária, Guanabara Koogan S.A., Rio de Janeiro, 1990.


BARTELS H. Inspeccion Veterinária de La Carne, Espanha, Acríbia, 1971.


GIL J. INFANTE DURÃO J. COSTA, Manual de Inspeção Sanitária de Carnes, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 1985.


SANTOS. J. A. Patologia Especial dos Animais Domésticos, Brasil, Interamericana Ltada, 1979.
ARAÚJO O. M. – Apostila de Inspeção de Bovinos, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento/DFA/MS.
BEM D. M. A., FERNANDES J. M., LAVAGNOLI M. C. – Apostila Inspeção de Bovinos, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento/DFA/MS.